A atividade turística, e a cadeia produtiva do turismo por assim dizer, é uma das mais importantes dentro do cenário econômico. De acordo com o relatório sobre o impacto econômico na indústria de viagens de 2020, do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), o turismo foi responsável por 5,5% do PIB nacional.
Ainda que o setor tenha sido um dos mais afetados pelo novo coronavírus, foi responsável pela criação de 15% do total de postos de trabalho gerados no país naquele ano, ou 21,5 mil empregos, este dado segundo o Ministério da Economia.
Sabemos que existem muitos desafios para que o turismo possa impactar mais e mais pessoas. Mas dois destes caminhos aparecem como fundamentais: a integração e a participação efetiva dos atores envolvidos no segmento.
A cadeia produtiva do turismo é definida pelo Sebrae como a articulação de um conjunto de atores capazes de oferecerem produtos e serviços com o objetivo de atender a demanda do público final e conquistar novos mercados, aumentando o fluxo de passagem e visitação de pessoas em um determinado destino.
Acontece que essa cadeia em questão possui uma característica que se difere de outras. Dentro desse grande e complexo ecossistema, existem diferentes agentes que dependem direta e indiretamente uns dos outros para essa “roda girar”. Dessa forma, a atividade turística e a produção associada ao turismo demandam uma codependência ainda maior de todos os elos que a constituem.
Entre outras palavras, são atividades com operações mais “complexas”, que abrangem uma série de fatores como deslocamento, visitação, transporte, estadia, alimentação, experiências, atrações e produtos associados. Estas atividades atuam juntas, interagem entre si, e formam a grande cadeia produtiva do turismo.
Desafios para transformar o potencial em realidade
O turismo pode ter um papel crucial na vida das pessoas e na sociedade como um todo, principalmente no que diz respeito a:
– promoção de impacto socioeconômico positivo;
– capacidade de geração de emprego e renda para diferentes setores da sociedade;
– criação de novas oportunidades.
Sendo assim, é fato que temos alguns desafios pela frente. Principalmente no sentido de ampliar a competitividade dos destinos, turisticamente falando, aumentar a capacidade de geração de receitas e fortalecer os elos e a geração de negócios no setor.
Então, para que todas as otimistas projeções possam, de fato, se transformar em realidade, é preciso considerar pelo menos dois pontos:
Modelo participativo e construção coletiva – envolvimento da comunidade
Cada vez mais se torna necessário o reconhecimento de protagonistas locais como peças importantíssimas nas estratégias de desenvolvimento. Incluir a comunidade local no centro de um plano turístico, então, é fundamental. Das ideias às ações, dando destaque e valor aos atributos principais de um destino – os chamados aspectos de singularidade que o tornam único em relação a outros destinos.
Em um modelo participativo, os diversos interesses são considerados na formulação dessas políticas, criando um ambiente de cooperação intersetorial no destino que irá ser refletido nas políticas formuladas – governança colaborativa forte e integrada, envolvendo o setor público, privado, terceiro setor e comunidade local.
Para isso é necessário um momento de reflexão, análise e entendimento enquanto gestão de destino. Este planejamento é muito importante para escolher as bases de desenvolvimento que atendam às necessidades da comunidade local e, consequentemente, dos visitantes que possuem o interesse em conhecer determinada região.
Foco na sustentabilidade econômica, social e ambiental
Considerar os princípios de sustentabilidade econômica, social e ambiental também são caminhos essenciais para a estruturação mais assertiva de políticas públicas de fomento à atividade turística.
Dessa forma, a geração de impactos positivos para os diversos atores ganha mais espaço e se torna viável de todas as formas, ampliando as oportunidades e os resultados gerados pelo crescimento dessa cadeia produtiva do turismo em determinado destino.
Além destes dois pontos estratégicos, a integração dessa grande rede do turismo e a mudança de visão sobre a própria atividade turística são outros fatores que vão fazer com que o turismo seja um fator transformador e preponderante na vida de mais e mais pessoas.
Isso e, claro, a criação de políticas públicas que estimulem o desenvolvimento do turismo local de forma sustentável e um pensamento estratégico não imediatista da atividade, mas em médio e longo prazo.
É preciso pensar, planejar e desenvolver hoje para fazer o amanhã que queremos.