Centro Histórico de Tiradentes (MG). Foto: @NereuJr
No início deste mês de outubro, foi lançado o Plano Diretor do Turismo Verde em Minas Gerais – Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável. O projeto foi realizado pela Turismo 360 através de um processo técnico participativo junto à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (SECULT) e outros órgãos do governo do estado. A visão construída exalta a mineiridade e um turismo diverso e criativo: “Minas Gerais é o estado líder no turismo de natureza, cultural, gastronômico e de super experiências”. Essa visão está pautada em sete pilares e a partir dela foram desenhados três eixos temporais que preveem uma evolução gradual para o redirecionamento, consolidação e aceleração da estratégia sustentável para o turismo do estado.
São cinco programas e dois projetos especiais que reúnem dezenas de ações desenhadas nessa lógica temporal e alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Entre essas ações estão a consolidação de uma lógica de visão ecossistêmica do turismo, a formação de pessoas e o posicionamento de mercado comprometido com a sustentabilidade e com a redução dos impactos causados pelas mudanças climáticas.
Vale destacar que este é um dos maiores estados do país e o maior em número de municípios. Possui, portanto, um conjunto de regiões com realidades variadas em relação aos aspectos socioeconômicos, culturais, ambientais e estruturais. Este contexto se reflete também no turismo, que conta com um amplo leque de regiões e destinos atuais e potenciais com perfis e características diversas.
Diversidade de oferta
Cerâmica do Vale do Jequitinhonha. Foto: Tom Alves
O estado já foi considerado, por pesquisa do Instituto Datafolha, o melhor destino histórico no Brasil e o melhor destino de natureza, além de concentrar o maior número de Patrimônios Culturais da Humanidade (título concedido pela Unesco). No que diz respeito ao ecoturismo, Minas abriga 356 reservas e 247 mil hectares de áreas naturais protegidas nos biomas da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. São oito parques nacionais, 19 parques estaduais e quatro monumentos naturais abertos à visitação.
Para que toda essa oferta e vocação sigam sendo fortalecidas de forma sustentável e transformada em desenvolvimento econômico e social, porém, é preciso planejamento de curto, médio e longo prazo.
Tendo em vista a complexidade e abrangência do setor do turismo, o processo de construção participativa de um planejamento demanda diálogo aprofundado com diferentes atores, incluindo representantes da comunidade, gestores públicos e empresários, para que se construa um consenso coletivo sobre o direcionamento da atividade.
Por isso, ao longo dos últimos meses, foram realizadas 15 oficinas para construir o Plano Diretor do Turismo Verde ouvindo cidadãos de todas as regiões do estado. Além das oficinas, foram feitas consultas direcionadas às 48 Instâncias de Governança Regionais (IGRs), 20 operadores nacionais, 42 receptivos mineiros e 7 especialistas do mercado turístico verde. Acreditamos que, quanto mais engajada está uma comunidade, mais chances o planejamento turístico tem de ser efetivo e de proporcionar os caminhos para os resultados almejados.
Foi durante esse momento de escuta ativa e debate técnico que se estabeleceu a estratégia de futuro e um conjunto de ações para o desenvolvimento de um turismo responsável, com foco na comunidade e nos atores locais como protagonistas. O objetivo é que todos os cidadãos e as gerações futuras possam desfrutar das maravilhas que o estado tem a oferecer.
A iniciativa é realizada com recursos do Acordo de Reparação ao rompimento em Brumadinho, assinado pelos compromitentes – Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG). O rompimento tirou a vida de 272 pessoas e gerou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais.
Acesse aqui o Plano Diretor do Turismo Verde de Minas Gerais
