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Por: Isabella Sette

 

No último mês, participamos do maior evento de marketing e vendas da América Latina, o RD Summit, que aconteceu de 05 a 07 de novembro de 2025 em São Paulo. Um dos temas centrais do evento foi a Inteligência Artificial e como ela está redefinindo o marketing: discutiu-se muito que a IA deixou de ser apenas uma ferramenta e se tornou parte integrante da infraestrutura de marketing e vendas, e que esse movimento já está em curso no Brasil.

Reunimos aqui 05 insights de como isso está ocorrendo e como ser aplicado ao turismo:

Automação e eficiência operacional: um dos usos mais comuns de IA no turismo é relacionado a processos operacionais como reservas, chatbots de atendimento, otimização de preços e previsão de demanda. Isso já é uma realidade e libera a equipe para tarefas de mais valor agregado, como criação e diferenciação.

Hiperpersonalização e campanhas de marketing cada vez mais individualizadas: o uso de ferramentas de IA permite segmentar os viajantes de forma muito mais refinada e oferecer ofertas/experiências adaptadas ao indivíduo. É verdade que a oferta ou recomendação de viagens ou destinos turísticos existe há décadas, feita a partir de tecnologias de entendimento do comportamento do consumidor, clusterização (a famosa definição de personas) e segmentação de campanhas de marketing. O que muda com a IA é que, com dados organizados, é possível que esta seja a interface com o consumidor, entregando um conteúdo hiperpersonalizado, ou seja, tratando cada consumidor como único. Isso quer dizer que informações como dados de viagem anteriores, preferências online e comportamento de busca são utilizadas para entregar opções mais alinhadas ao que o visitante individualmente busca.

Integração de canais e ferramentas: a IA vem transformando a cadeia de valor que já existe em todos os níveis. E isso envolve elementos pré (com recomendações, inspirações personalizadas, previsões de programação etc.), durante (assistentes multimodais, tradução em tempo real, concierge digital etc.) e pós-viagem (coleta inteligente de feedback, sugestões futuras, campanhas ultradirecionadas). Nesse sentido, é possível que a IA esteja interligada ao produto, ao serviço, à experiência do cliente, ao CRM.

Tomada de decisão baseada em dados: mais do que orientar campanhas para destinos/empreendimentos turísticos ou otimizar ações pontuais, o uso de IA permite entender padrões complexos, prever comportamentos e responder de forma imediata às dinâmicas do mercado e dos consumidores. Isso amplia a capacidade estratégica das equipes ao transformar grandes volumes de dados em insights palpáveis, tais como a identificação de tendências emergentes, a antecipação de movimentos do público e a sugestão de ajustes em tempo real — seja para adequar mensagens, direcionar investimentos, personalizar ofertas ou corrigir rotas. Mas a IA é tão boa quanto a qualidade dos dados disponíveis, pois sem informações claras, consistentes e bem estruturadas, o potencial da tecnologia se perde. Em outras palavras, a IA só alcança resultados relevantes quando alimentada por dados precisos, pois sua inteligência depende da qualidade do que recebe.

IA empoderando seres humanos: IA é inteligência, sim, mas sem a sabedoria inerente ao ser humano. Para funcionar bem, a IA precisa de muito treinamento e isso é feito com dados e pessoas. O uso desta tecnologia é, portanto, um MEIO e não um FIM, pois seu valor está em apoiar decisões, potencializar pessoas e melhorar processos — não em substituir o propósito ou a estratégia. Por isso, o uso de IA com o olhar humano é fundamental. A combinação entre dados de qualidade, IA e conhecimento + bom senso humano cria, portanto, uma enorme vantagem competitiva.

Foto: cryptoid.com.br

O evento que apresenta as discussões mais atuais sobre inovação, dados e Inteligência Artificial mostrou como a IA se tornou infraestrutura de marketing e vendas. Foto: Divulgação

O RD Summit 2025 evidenciou que estamos entrando numa nova era do marketing — uma era em que a IA é central. A vantagem competitiva será conquistada por aqueles que combinarem tecnologia de IA, dados sólidos, agilidade estratégica e, acima de tudo, uma marca autêntica.

Turismo é, sobretudo, sobre experiência — e a IA tem potencial para tornar essa experiência mais fluida, assertiva e significativa, enquanto fortalece a gestão e o posicionamento do destino ou empreendimento. O desafio e, ao mesmo tempo, a oportunidade está em incorporar essa mudança no DNA da estratégia de marketing de destinos e empreendimentos, não apenas como ferramenta, mas como parte integrante da proposta de valor.