Em 2025, o Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, no sertão baiano, registrou um aumento de quase 50% no número de visitantes em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento é resultado direto da implantação de um plano de visitação elaborado pela Eletrobras Chesf em parceria com a Prefeitura de Paulo Afonso e com assessoria técnica da consultoria Turismo 360.
O projeto, concluído em novembro de 2024, incluiu a criação de um portal promocional para o destino, a realização de um press trip com influenciadores de diferentes regiões, a digitalização dos ingressos de acesso ao complexo hidrelétrico de Paulo Afonso englobando um sistema de registro e controle de visitantes e a introdução de uma experiência cultural na sede da Chesf. Também houve suporte à governança local, fortalecendo o Conselho Municipal de Turismo (Comtur). As medidas permitiram que a visitação, antes marcada por limitações e ausência de dados precisos, passasse a contar com uma estrutura profissional, alinhando promoção, segurança e geração de informações estratégicas.
Um dos maiores complexos hidrelétricos do país movido pelas águas do Velho Chico
Paulo Afonso, conhecida como a “capital da energia elétrica”, abriga um dos maiores complexos hidrelétricos do país. Suas usinas, barragens e cânions impressionam turistas que buscam experiências ligadas à natureza e à engenharia. Mas transformar esse espaço industrial em atrativo turístico exigiu articulação entre diferentes atores. “Nosso desafio em Paulo Afonso foi atuar em um ambiente industrial, que possui suas regras e limitações, ao mesmo tempo em que lidávamos com os guias locais e seu desejo de potencializar a experiência turística”, afirma Mauro Coutinho, líder de projetos da Turismo 360. “De um lado, a segurança da operação energética; de outro, o desejo de ampliar o tempo de visitação. O maior desafio foi pactuar regras que atendessem a todos.”
Para o especialista, o aumento do número de visitantes mostra como a escuta e o processo participativo podem transformar entraves em oportunidades. “Mais do que o crescimento dos números, o que importa é que esse fluxo impacta diretamente na qualidade de vida e na renda das pessoas que vivem do turismo. Toda visita ao complexo é acompanhada por um guia local, treinado dentro da usina. Isso significa renda para quem é do território, e renda local se multiplica: melhora o consumo, aquece a economia e fortalece o município”, diz.

Cortada pelo Rio São Francisco e pela Hidrelétrica de Paulo Afonso, o destino oferece vários atrativos naturais, com destaque para o cânion do Rio São Francisco. Foto: Viagens e Caminhos
Hoje, os visitantes podem navegar pelos cânions do Rio São Francisco, formados após a construção das barragens, e contemplar as quedas d’água que deram origem à cidade. No Complexo da Chesf, as visitas guiadas revelam os bastidores da geração de energia elétrica, passando por miradouros, túneis e áreas técnicas que impressionam pelo porte das estruturas. Além do caráter educativo, a vivência é enriquecida por elementos culturais locais, como apresentações artísticas e narrativas sobre a relação da comunidade com o rio e com a usina, criando um roteiro que une emoção, conhecimento e identidade regional.
A visão do trade
O impacto positivo é confirmado pelo trade turístico local. Para Joselma Rodrigues, proprietária de agência de turismo em Paulo Afonso e conselheira do Comtur, o plano estruturado trouxe ganhos de confiança e competitividade. “A consultoria da Turismo 360 teve grande relevância por dialogar diretamente com o trade nas oficinas em parceria com o Conselho. A implantação do site e do sistema de entrada garantiu dados rápidos e seguros sobre os visitantes, o que dá confiabilidade ao produto. Do ponto de vista de quem contrata e de quem recebe, isso é fundamental.”
Com dados concretos, organização da visitação e maior visibilidade do destino, Paulo Afonso fortalece sua posição no mapa turístico do Nordeste. O caso revela como planejamento consistente pode ampliar fluxos, gerar renda e estruturar destinos a partir de ativos já existentes.

A experiência cultural implementada no polo durante o projeto valoriza as tradições e a história local. Foto: Felipe Rezende.
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