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Na última quinta-feira, dia 30 de julho, a Organização Mundial de Turismo (OMT) publicou o sexto relatório de restrições de viagens relacionadas ao Covid-19: Uma revisão global para o turismo. Esta série de relatórios tem como objetivo fornecer uma visão geral da implementação das medidas de restrições de viagens pelos governos e analisá-las do ponto de vista do turismo, visando apoiar os esforços de mitigação e recuperação do setor de turismo. Para isso, esses relatórios são atualizados regularmente.  

Em sua sexta edição, o relatório da OMT traz como principal apontamento a preparação dos destinos para a abertura do turismo internacional. Foi identificado que em consonância com a evolução da pandemia COVID-19, alguns destinos facilitaram as restrições de viagens ao turismo internacional. Por outro lado, muito destinos permanecem com suas fronteiras completamente fechadas, como pode-se observar na figura abaixo. Observe em verde os destinos com as medidas de restrições flexibilizadas e em azul os destinos que mantém as restrições de viagens relacionadas à pandemia sem flexibilização. 

De acordo com o relatório, 115 destinos (53% dos destinos do mundo) continuam adotando a medida de fechamento total de suas fronteiras para o turismo internacional, enquanto 87 destinos (40% dos destinos do mundo) têm facilitado as medidas de restrição relacionadas ao COVID-19 para o turismo internacional. 

Ainda que tenha sido identificada certa flexibilização de parte dos destinos turísticos, constatou-se que destinos em todo o mundo continuam adotando algumas medidas de restrições de viagem relacionadas ao COVID-19, conforme apresentado na figura abaixo: 

Identificou-se na análise, que apenas 4 destinos (2% dos destinos do mundo) suspenderam todas as restrições de viagens relacionadas ao COVID-19. Assim, dos 87 destinos que flexibilizaram suas restrições, 83 (38% dentre todos os destinos do mundo) continuam adotando medidas relacionadas ao COVID-19 em seus territórios, em especial o fechamento parcial das fronteiras (60 destinos). Outras medidas de restrição de viagens relacionadas ao COVID-19 adotadas pelos destinos são: restrições de entrada de passageiros de determinados países de origem (5 destinos), o pedido de certificado médico e/ou autodeclarações de saúde antes ou depois da chegada à um destino (13 destinos), quarentena ou auto isolamento (4 destinos) e medidas de visto (1 destino).

O relatório concluiu que em 19 de julho de 2020, o fechamento parcial e completo das fronteiras ainda representa a medida dominante usada por 181 destinos em todo o mundo, um número pouco abaixo dos 189 destinos identificados em 15 de junho de 2020. 

Um panorama regional das restrições de viagens

Como apresentado acima, apesar do abrandamento das restrições de viagem em 87 destinos em todo o mundo, o fechamento completo ou parcial das fronteiras permanece como a medida dominante de restrição de viagem entre as regiões, conforme pode-se observar na figura abaixo: 

A partir dessa figura, pode-se inferir que: 

  • 53% dos destinos do mundo adotam a medida de fechamento total das fronteiras e 30% adotam a medida de fechamento parcial das fronteiras. 
  • Os países do Oriente Médio e África possuem maior índice de fechamento de fronteiras total e parcial, sendo 92% e 87% respectivamente. 
  • Apenas 20% dos países europeus permanecem com fechamento total das fronteiras, enquanto 65% adotaram a medida de fechamento parcial das fronteiras. 
  • Apenas uma baixa porcentagem de países na Ásia (2%) e África (4%) mantém a medida de suspensão de voos.  

Do ponto de vista econômico 

Uma análise do ponto de vista econômico, a qual a OMT levou em consideração o produto interno do setor de turismo dos destinos, identificou-se que a substituição do fechamento completo das fronteiras por medidas menos restritivas aconteceu principalmente em destinos com maior dependência de turismo. Já os destinos com menor dependência do turismo tendem a manter suas fronteiras fechadas.

A figura abaixo apresenta os destinos com o fechamento total para turistas internacionais a partir da importância do econômica do turismo (e a alteração por tempo). 

O primeiro conjunto de gráfico, nomeado de ‘high’ é referente aos destinos que possuem o turismo como um importante setor econômico. É observado que em 18 de maio 86% dos destinos estavam com suas fronteiras fechadas. Já em 19 de julho apenas 41% permanecem com as fronteiras fechadas, havendo um declínio de 45% dos destinos. 

Os dois conjuntos de gráficos ao meio, nomeados como ‘considerable’ e moderate’, que representam respectivamente destinos que possuem o turismo como um setor econômico de importância considerável e moderada, apresentaram também um declínio expressivo de destinos que adotam medidas de fechamento total das fronteiras. 

Já o último conjunto de gráfico, nomeado ‘low’, que representa destinos que possuem o turismo como uma atividade econômica de baixa importância, não apresentou alteração no percentual de destinos que adotam a medida de fechamento das fronteiras. 

Solicitação de atestado médico e registro de histórico de viagem

O relatório destaca que um número crescente de destinos que reduziram as restrições de viagem está adotando a medida de solicitar aos viajantes a apresentação do atestado médico e o histórico de viagens. De acordo com a OMT tais pedidos visam facilitar a identificação de potenciais viajantes infectados e seu rastreamento subsequente. 

O relatório aponta que atualmente esses registros de turistas internacionais são realizados através de “formulários de localização de passageiros” e atestados de saúde. Em alguns casos, esses formulários são realizados em papel. Porém essas medidas são consideradas temporárias enquanto soluções mais modernas, baseadas em tecnologia, são desenvolvidas e implantadas.

Abertura dos destinos turísticos

Foi apontado que discussões contínuas sobre maior abertura das fronteiras para o turismo internacional entre os governos estão acontecendo. Isso inclui discussões sobre diferentes abordagens, como acordos bilaterais com países vizinhos e a criação das chamadas “bolhas”, “corredores de turismo” ou “linhas verdes”. As decisões dos governantes estão sendo tomadas a partir da evolução da pandemia e/ou prontidão dos destinos para aplicar protocolos de saúde e procedimentos relevantes. Observou-se ainda que em alguns casos, as aberturas programadas de fronteiras são sendo revisadas e adiadas. Três países, que haviam facilitado as restrições, optaram por reintroduzir restrições para passageiros provenientes de países específicos. 

Visto isso, o relatório conclui que ainda que haja uma tendência à flexibilização das restrições de viagem relacionadas ao COVID-19, à medida que prevalecem as preocupações e incertezas de saúde, a reintrodução de medidas de restrições permanece muito possível.